APPL COBRA PROVIDÊNCIAS DO GOVERNADOR HELDER BARBALHO
A Associação Paraense de Pessoas com Lúpus (APPL) fez uma denúncia grave sobre a falta de hidroxicloroquina 400 mg, essencial para o tratamento do lúpus, indisponível desde outubro de 2023. A entidade solicita que a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (SESPA) e o Governo do Estado tomem medidas urgentes para regularizar o fornecimento do medicamento, crucial para o controle da doença autoimune.
Além da escassez, pacientes atendidos na Unidade de Referência Especializada (URE) da Doca relataram um possível descarte de medicamentos vencidos, agravando a situação. Para muitos que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), a compra do remédio é inviável devido ao alto custo. "Estamos indignados com essa situação. Nem todos podem comprar o remédio. Esse descarte, se confirmado, é revoltante, especialmente para quem depende do fornecimento público", declarou um dos pacientes.
Nesta quinta-feira, 5 de setembro, a APPL emitiu uma nota pedindo providências imediatas ao Governo do Pará. A associação destacou a gravidade da crise e o risco à saúde dos pacientes devido à falta da medicação. "Muitos já estão com a doença em atividade, o que é muito perigoso. Precisamos de uma solução urgente", declarou a entidade.
O lúpus é uma doença autoimune crônica que pode afetar diversos órgãos quando não controlada. A hidroxicloroquina é fundamental para manter a doença sob controle e evitar complicações graves. A ausência do medicamento coloca em risco a vida de muitos pacientes no estado.
A APPL também apelou diretamente ao governador Helder Barbalho, solicitando sua intervenção para resolver o problema. "São muitas vidas sendo prejudicadas. A hidroxicloroquina é essencial para o controle do lúpus e prevenir que ele entre em atividade", reforçou a associação.
José Júnior Silva, diretor da APPL, expressou a frustração dos pacientes com a falta de respostas. "Não sabemos mais a quem recorrer. A SESPA joga a responsabilidade no Ministério da Saúde, e nós ficamos sem as medicações, sem saber o que fazer para evitar uma catástrofe. O lúpus ainda é desconhecido e não é levado a sério. Isso é muito triste", desabafou. Ele também lembrou que, em março de 2024, a APPL protocolou ofícios no Ministério Público e na SESPA solicitando a regularização do fornecimento do medicamento.
O Mandato Coletivo da Professora Silvia Letícia se solidarizou com os pacientes, destacando a vulnerabilidade daqueles que dependem do SUS. "Essa crise expõe a urgência de uma gestão mais eficiente dos recursos e estoques de medicamentos. O governo precisa oferecer soluções imediatas e garantir que os pacientes não fiquem à mercê da própria sorte. A solidariedade entre os próprios pacientes, trocando remédios para se ajudar, é admirável, mas não deveria ser necessária. Isso mostra uma desconexão entre as necessidades da população e a prestação de serviços de saúde", comentou a vereadora.
Até o momento, a URE Doca e a SESPA não se pronunciaram oficialmente sobre as denúncias. A APPL continua a pressionar por uma ação rápida e esclarecimentos sobre o possível descarte de medicamentos vencidos.
Texto e Imagens: Info. Revolução
Comments