Por: Mauricio Matos – Servidor Público, membro da FENAMP

Apenas dois dias depois de localizados os corpos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dominic Phillips, e um dia após a imprensa internacional passar a relacionar os assassinatos com o governo Bolsonaro, “acusado de ter abandonado a Amazônia aos criminosos”, a Polícia Federal se apressou em divulgar nota afirmando que “as investigações também apontam que os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”.
De imediato a UNIJAVA – União dos Povos Indígenas do Vale do Javari divulgou nota à imprensa denunciando o descaso das instituições do Estado brasileiro, uma vez que desde o segundo semestre de 2021 vinha enviando ofícios ao MPF, FUNAI e PF nos quais constavam “nomes dos invasores, membros da organização criminosa, seus métodos de atuação, como entram e como saem da terra indígena, os ilícitos que levam, os tipos de embarcações que utilizam em suas atividades ilegais”.
A precipitação da PF, acusada de estar sofrendo interferência do governo Bolsonaro há pelo menos dois anos, também causou indignação e críticas dentro da corporação. Delegados da ativa e aposentados questionam porque não foram interrogados os agentes políticos com os quais Bruno deveria se encontrar no dia de seu desaparecimento, além da falta de esclarecimentos sobre os motivos que levaram os procuradores municipais de Atalaia do Norte e Benjamin Constant a se apresentarem como advogados, imediatamente após a prisão do primeiro suspeito de envolvimento no crime.
Quase um mês após o duplo assassinato, escândalos de corrupção, vazamento de informações e assédio sexual no primeiro escalão do governo Bolsonaro tiraram o foco da imprensa sobre as investigações em curso. Mas as mortes de Bruno e Dom não serão esquecidas. Nem a de Maxciel dos Santos, assassinado em 2019. Fazemos nossas as conclusões e exigências da UNIVAJA: “Esse contexto evidencia que não se trata apenas de dois executores, mas sim de um grupo organizado que planejou minimamente os detalhes desse crime. Exigimos a continuidade e o aprofundamento das investigações”. E cobramos que seja esclarecida a participação, direta ou indireta, do governo Bolsonaro neste episódio, uma vez que sua política anti-indígena repercute no enfraquecimento dos órgãos de proteção indígena e ambiental, bem como no avanço das organizações criminosas na Amazônia e sua coparticipação nos garimpos ilegais e em crimes ambientais. Justiça para Max, Bruno e Dom!
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